já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo
morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma
morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma
(in Paulo Leminski. Série Paranaenses nº 2, reunião de entrevistas e resenhas. Scientia et Labor, Curitiba, 1988, p. 7)
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